Movimento atinge oito cidades americanas e pode se estender. Movimento pede melhorias salariais e volta aos níveis de pessoal pré-pandemia


Hotel da rede Marriott: greve, iniciada no domingo, também pode se estender a qualquer momento em Baltimore, New Haven, Oakland e Providence — Foto: Angus Mordant/Bloomberg

Porto Velho, Rondônia -
Cerca de 10 mil trabalhadores do setor hoteleiro entraram em greve no domingo nos Estados Unidos, em pleno fim de semana prolongado pelo feriado do Dia do Trabalhador, em que se espera que milhões de pessoas viajem por todo o país.

Segundo o sindicato Unite Here, que representa trabalhadores em hotéis, cassinos e aeroportos nos EUA e no Canadá, mais de 10 mil dos seus membros suspenderam o trabalho em 25 hotéis de oito cidades, incluindo São Francisco e San Diego, na Califórnia; Honolulu, capital do Havaí; Boston; Seattle, em Washington, e Greenwich, em Connecticut, após as negociações contratuais com as redes Marriott, Hilton e Hyatt terem estagnado.

Segundo comunicado do sindicato, as paralisações, iniciadas no domingo, também ''foram autorizadas e podem começar a qualquer momento" em Baltimore, New Haven, Oakland e Providence, enquanto os trabalhadores de hotéis e os operadores lutam para chegar a um acordo sobre salários e a reversão dos cortes de empregos ocorridos durante a pandemia de Covid.

Além das cadeias Hilton, Hyatt e Marriott, também foram afetados hotéis da rede Sheraton. Só na capital havaiana, Honolulu, 5 mil trabalhadores abandonaram o trabalho, afetando a manutenção de 10.557 quartos, segundo o sindicato.

De acordo com a AFP, em comunicado, o sindicato afirma que “muitos hotéis aproveitaram a pandemia de Covid-19 para reduzir o pessoal e os serviços aos hóspedes, que nunca foram restabelecidos, fazendo com que os trabalhadores perdessem os seus empregos e rendimentos”.

Os grevistas fizeram piquetes em vários hotéis de Boston, informou um correspondente da AFP, estando prevista uma manifestação para segunda-feira.

Serviços não retomara patamar anterior à Covid

A ação ocorre em pleno feriado do 'Labor Day', o Dia do Trabalhador nos Estados Unidos, quando milhões de americanos se deslocam por todo o país. De acordo com monitoramento feito pela Associação Automobilística Americana (AAA), as viagens domésticas como um todo no país durante este fim de semana prolongado aumentaram 9% em relação a 2023.

— Atualmente, a indústria hoteleira está obtendo lucros recordes, enquanto trabalhadores e hóspedes ficam para trás. Muitos hotéis ainda não restauraram os serviços padrão que os hóspedes merecem, como limpeza diária automática e serviço de quarto — acrescentou a presidente internacional do sindicato, Gwen Mills.

Segundo o sindicato, os trabalhadores dos hotéis estão sobrecarregados, com a gerência frequentemente atribuindo a três funcionários a tarefa de quatro. Isso leva a um estresse excessivo e a um foco na velocidade em detrimento do serviço.

Reportagem da Reuters aponta que as camareiras de hotéis em Baltimore estão lutando para aumentar os salários para US$ 20 por hora, em comparação com os atuais US$ 16,20.

Em Boston, essas profissionais recebem US$ 28 por hora, e o sindicato está buscando um aumento de US$ 10 por hora até o fim de um período de quatro anos. Procurados pela reportagem, Hilton e Hyatt afirmaram que continuam empenhados em negociar um acordo justo com o sindicato.


Fonte: O GLOBO