Pesquisa do Dieese revela que custo dos alimentos essenciais aumentou na maioria das grandes cidades brasileiras, impactando o poder de compra e o salário mínimo necessário.
Porto Velho, RO - O bolso do consumidor brasileiro sentiu mais um baque no mês de março de 2025. Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (5) pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que o custo da cesta básica registrou alta em expressivas 14 das 17 capitais pesquisadas em todo o país.
Entre fevereiro e março deste ano, as maiores elevações no preço dos alimentos básicos foram observadas na região Sul do Brasil. Curitiba liderou o ranking de aumentos, com uma variação de 3,61%. Florianópolis (3,00%) e Porto Alegre (2,85%) também apresentaram significativas altas no valor dos itens essenciais.
Em contrapartida, nem todas as capitais enfrentaram essa escalada de preços. Três cidades do Nordeste apresentaram recuo no valor da cesta básica: Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%) trouxeram um alívio para os moradores dessas regiões.
No que diz respeito ao custo total da cesta, São Paulo se manteve como a capital com o valor mais elevado, atingindo R$ 880,72 em março. Rio de Janeiro (R$ 835,50), Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64) completam a lista das cidades com a cesta básica mais cara do país. Já nas capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferenciada, os menores valores médios foram encontrados em Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58).
A análise comparativa anual revela um cenário de inflação generalizada nos alimentos básicos. Entre março de 2024 e março de 2025, todas as 17 capitais registraram aumento no custo da cesta, com variações que foram de 1,83% em Porto Alegre a expressivos 9,69% em Fortaleza. Nos primeiros três meses de 2025, o aumento do custo da cesta básica também foi uma constante em todas as cidades pesquisadas, com taxas entre 1,01% em Porto Alegre e 8,51% em Salvador.
Diante do custo da cesta básica mais cara, registrada em São Paulo, o DIEESE calcula mensalmente o valor do salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, conforme previsto na Constituição Federal. Em março de 2025, esse valor estimado atingiu R$ 7.398,94, o que equivale a 4,87 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.518,00. Esse valor necessário apresentou um aumento em relação a fevereiro (R$ 7.229,32) e a março de 2024 (R$ 6.832,20).
O tempo médio necessário para que o trabalhador de baixa renda adquirisse os produtos da cesta básica também apresentou um aumento, passando de 104 horas e 43 minutos em fevereiro para 106 horas e 19 minutos em março de 2025. Ao comparar o custo da cesta com o salário mínimo líquido (após o desconto da Previdência Social), o trabalhador comprometeu, em média, 52,24% de sua renda para a compra dos alimentos básicos em março, um aumento em relação aos 51,46% registrados em fevereiro.
Da Redação Espaço da Notícia
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