Falta regulamentação para a legislação que estabeleceu que os tíquetes de alimentação, usados em supermercados, e os de refeição, possam ser usados sem restrição de bandeira — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

Porto Velho, Rondônia -
A prévia da inflação mostrou desaceleração em agosto ficou em 0,19%, após taxa de 0,30% registrada em julho. O aumento no preço dos combustíveis puxou alta do grupo transportes. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em agosto. Já o grupo de Alimentação e bebidas (-0,80% e -0,17 p.p.) apresentou queda pelo segundo mês consecutivo.

O que esperar daqui para frente? Para agosto cheio, que será divulgado em setembro, o economista Fábio Romão, da LCA, projeta 0,09%. Ou seja, praticamente zero. André Braz, coordenador do índice de preço da FGV Ibre, projeta que ficará negativo, o que vai fazer reduzir a inflação de 4,5% no acumulado de 12 meses.

Para setembro. Romão tem a projeção de de 0,35%, já contando com a bandeira amarela da energia. Ao fim e ao cabo, este ano ficará muito perto do teto da meta. Braz está prevendo algo como 4,35%, 4,40%, um pouco abaixo do teto da meta de 4,5%, ou seja, inflação pressionada.

Isto tudo está relacionado com a conversa se os juros vão cair ou não vão cair. O professor Luís Roberto Cunha, da Puc-Rio, disse que o maior desses riscos é o petróleo. Se a tensão no Oriente Médio continuar, pode subir mais o combustível.

Já teve uma tensão nesse fim de semana com o ataque do Hezbollah, a resposta de Israel contra o Líbano, mas qualquer envolvimento com países produtores de petróleo vai afetar o preço do petróleo. O cenário ficou muito mais incerto.

Ele lembra que as expectativas do Boletim Focus já vinham se deteriorando, por causa do câmbio. O câmbio melhorou, mas de qualquer maneira vai continuar muito perto de 4,5%. Como tem essa mudança na presidência do Banco Central e a incerteza dos rumos do petróleo, o professor acredita que a Selic pode até não subir agora em setembro, mas cair, não cai. Certamente, não cai esse ano mais.


Fonte: O GLOBO