Recém-empossado, ele viaja aos EUA para reunião da OTAN e deve ter reuniões com Biden e Zelensky
Porto Velho, RO - O novo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, chega nesta terça-feira 9 a Washington, onde dará os primeiros passos no cenário internacional na reunião de cúpula da Otan, poucos dias depois da vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições legislativas.
O advogado, de 61 anos, que tomou posse na sexta-feira, será foco de especial atenção durante esta cúpula organizada na capital americana por ocasião do 75º aniversário da Aliança Atlântica. Starmer reafirmará o apoio de Londres à Otan, mas também à Ucrânia, em guerra desde a invasão russa em fevereiro de 2022.
Esta visita marca o início de um intenso programa diplomático para Starmer, com o Reino Unido como sede da reunião da Comunidade Política Europeia (CPE), no Palácio de Blenheim, sul de Inglaterra, no dia 18 de julho.
“Estas cúpulas serão uma oportunidade para ele conhecer outros líderes e transmitir mensagens”, disse James Strong, especialista britânico em política externa.
O Reino Unido tem sido um dos principais apoiadores da Ucrânia desde o início da guerra, e é pouco provável que esta posição mude com o retorno ao poder do Partido Trabalhista, que passou 14 anos na oposição.
O novo ministro da Defesa britânico, John Healey, visitou a Ucrânia no domingo, onde prometeu entregar mais armas ao governo de Kiev.
Encontro com Zelensky
Starmer reafirmará seu apoio direto ao presidente ucraniano Volodimir Zelensky em Washington.
Os trabalhistas também querem aumentar os gastos militares “o mais rápido possível” para 2,5% do PIB britânico (atualmente 2,3%), além do mínimo de 2% recomendado pela Otan, seguindo a linha adotada pelo anterior governo conservador.
Segundo o cientista político James Strong, o novo primeiro-ministro insistirá em manter as principais linhas da atual política externa britânica, ao mesmo tempo que tentará melhorar as relações com os seus aliados europeus, profundamente prejudicados pelo Brexit.
Depois deste divórcio tumultuado e da dança dos primeiros-ministros conservadores, com três em menos de dois anos, Strong antecipou que Starmer falará muito “sobre como melhorar as relações, ser um parceiro mais confiável e, acima de tudo, mais estável e previsível”.
Esta viagem é também uma boa oportunidade para Starmer estabelecer laços pessoais com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e consolidar a “relação especial” com Washington.
Mas se os trabalhistas estão mais alinhados com os democratas de Biden do que com os conservadores, esta reunião surge em um momento delicado para o presidente americano.
Biden, de 81 anos, parecia cansado e confuso durante um recente debate com seu rival nas próximas eleições, Donald Trump, levantando questões sobre sua capacidade de ser reeleito em novembro.
Se Biden for derrotado nas eleições de 5 de novembro, Starmer terá que lidar com o ex-presidente Trump e as suas políticas isolacionistas.
Compromisso com os Estados Unidos
O novo chefe de Governo britânico desejará demonstrar “seu compromisso inabalável com os Estados Unidos e enviar um sinal sobre sua lealdade a eles, não importa o que aconteça” em novembro, disse à AFP Sophia Gaston, do instituto de pesquisa de direita Policy Exchange.
A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza pode, no entanto, constituir um ponto de divergência entre Starmer e Biden, uma vez que o Partido Trabalhista prometeu reconhecer um Estado palestino “quando chegar o momento certo”.
Pouco depois do seu retorno de Washington, Starmer receberá vários chefes de governo do Reino Unido, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, para a cúpula da CPE perto de Oxford.
O Partido Trabalhista comprometeu-se a trabalhar mais estreitamente com os seus vizinhos, incentivando acordos bilaterais com a França, Alemanha e em toda a União Europeia.
Segundo Olivia O’Sullivan, do centro de estudos britânico Chatham House, estas cúpulas darão “mais forma” a estas propostas e oferecerão uma visão geral da política externa que Starmer pretende realizar nos próximos cinco anos.
Fonte: Carta Capital
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