Região poderá sofrer tragédia como no Rio Grand do Sul, devido a previsão de seca histórica

Porto Velho, RO - O Brasil econômica e socialmente é dependente do sistema rodoviário. Rodovias cortam o País transportando uma das nossas mais importantes riquezas, que é a produção agropecuária, mas todos os demais segmentos dependem da malha rodoviária para poder garantir o direito constitucional de ir e vir das pessoas.

Rondônia tem na principal rodovia federal, a BR 364, sua mais importante fonte de economia, pois é por ela, que a produção de grãos (soja, milho e café), além da carne de gado (sexto maior exportador) vão para o exterior via porto graneleiro de Porto Velho, no Rio Madeira. Durante o período de safras a média diária de tráfego pesado gira em torno de 2,5 mil veículos (carretas, bitrens e treminhões) no trecho de cerca de 700 quilômetros entre Vilhena, na divisa com o Mato Grosso a Porto Velho. Somente 20 quilômetros são duplicados entre a capital e Candeias do Jamari.

A 364 é da década de 80 e não tem alicerce suficiente para poder atender a demanda de veículos pesados de hoje, os bitrens, treminhões, que transportam mais de 50 toneladas. Nos 2,5 mil veículos-dia em ocasiões de safras de grãos não estão computados os veículos de passeio, que circulam em grande número, mais no trecho de aproximadamente 400 quilômetros de Porto Velho a Ji-Paraná. Em média são cerca de 10 milhões de toneladas de grãos por ano.

Recentemente o ministro dos Transporte, Renan Filho anunciou a assinatura do contrato para o projeto de duplicação da 364 (Kms 190 ao 690-Candeias do Jamari a Pimenta Bueno), com investimentos de R$ 23 milhões. Segundo o ministro em recente visita a Rondônia, a duplicação do trecho da BR 364 é “uma obra que revitaliza a autoestima da cidade, revigora o ânimo das pessoas e demonstra que as coisas podem dar certo. É uma rodovia fundamental para a logística do estado e da Região Norte como um todo, uma das rodovias mais importantes do país”.

A expectativa para duplicação da 364 é enorme e depende em grande parte das ações da Bancada Federal, hoje liderada pelo deputado Maurício Carvalho (UB) e dos três senadores (Confúcio Moura-MDB, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli, ambos do PL). A rodovia é a principal ligação terrestre de Rondônia com o Centro-Sul do País e o caminho da produção de parte da safra de grãos do Mato Grosso exportada via fluvial pelo porto graneleiro de Porto Velho.

Outro problema que Rondônia tem com rodovias federais é a BR 319, única ligação terrestre de Manaus com os demais Estados. A rodovia que corta boa parte da Floresta Amazônica sofre pressões internacionais de ecologistas da “Selva de Pedra”, que nunca levaram picadas de um inseto amazônico, porque só conhecem a região por fotos, vídeos ou em sobrevoos dos mais seguros, além de as dezenas de Organizações Não Governamentais (ONGs) com apoio da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que ditam as normas na Amazônia Brasileira, que não é dos brasileiros.

A 319 tem cerca de 900 quilômetros e já foi totalmente asfaltada. Na década de 90 era possível embarcar em um ônibus à noite e amanhecer em Manaus. A 319 é fundamental não somente para a capital amazonense, mas até de sobrevivência da população ribeirinha da região, que em 2023, devido a longa seca sofreu com desabastecimento de alimentos, até de água potável, porque boa parte dos rios secou não permitindo a navegação, inclusive no Madeira, um dos mais importantes do Brasil.

O Governo Federal anunciou pelo Dnit, que 20km do trecho conhecido como “Meião” na 319 será recuperado a partir de agosto. É um começo, um horizonte, mas a 319 precisa ser refeita. Este ano, certamente teremos mais problemas no período de Verão Amazônico (estiagem durante meses), pois a expectativa é de seca mais intensa, que a de 2023 e ribeirinhos e várias cidades do Amazonas poderão ficar sem alimentos e água potável.

A situação exige uma mobilização específica do Governo Federal, da Bancada Federal, não somente a de Rondônia, mas também do Amazonas e do Acre que devem se mobilizar numa pressão organizada, coerente, responsável exigindo a restauração da 319. Se no Rio Grande do Sul ocorre uma tragédia, devido ao excesso de chuvas, o mesmo poderá ocorrer na Amazônia com o povo ribeirinho e das cidades que dependem da BR 319 e dos rios da região para sobreviverem devido a previsão de seca este ano.

Outra informação importante sobre rodovia é a reconstrução de 20km da BR 319, única ligação rodoviária de Manaus com os demais Estados. Segundo o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB-RO), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) anunciou a abertura de processo de licitação para pavimentação de 20km da 319.

A conquista, segundo Mosquini “é uma vitória para o povo de Rondônia e do Amazonas”, pois a rodovia é fundamental não somente na economia, mas para a sobrevivência de o povo ribeirinho, que ficou sem água potável e alimentos na seca de 2023.

A previsão é que a pavimentação dos 20km (conhecido como lote “C”) tenha início no próximo mês de agosto entre os quilômetros 198 ao 218, da polêmica, mas importante e estratégica rodovia federal.

Fonte: Rondônia Dinâmica