Análise é da jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor, que revela pesquisas que apontam a segurança como a terceira maior preocupação do brasileiro
Porto Velho, RO - Pesquisas internas do governo indicam que a segurança pública é o terceiro problema que mais preocupa os brasileiros, logo após o desemprego e a saúde. Diante desse cenário, o governo Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira uma série de medidas que representam sua mais concreta investida para minar as bases eleitorais do bolsonarismo em pouco mais de seis meses de mandato, segundo avalia a jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor. O pacote da segurança pública aborda tanto o conteúdo dos projetos e decretos quanto a escolha dos governantes prestigiados no evento, com ênfase na proteção das famílias.
O conjunto de atos lançados vai desde a limitação nos arsenais de armas em mãos de civis, particularmente de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), até o projeto de lei que torna o homicídio cometido em escolas um crime hediondo. No entanto, especialistas alertam que apenas a tipificação de crime hediondo não será suficiente para conter a epidemia de crimes que tomou conta das escolas nos primeiros meses do ano. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os estupros bateram recorde histórico, com um crescimento de 8,2% em relação a 2021.
Além disso, o governo está combatendo as quadrilhas de crimes cibernéticos que propagam nazismo, automutilação e imagens de massacres escolares. Essas operações foram intensificadas desde o ataque em Blumenau (SC) e continuam em andamento.
Outra frente importante é o aumento de recursos para a segurança pública na Amazônia Legal, região brasileira em que o crime organizado mais cresce. O governo enfrenta o desafio de conter o avanço do crime que migrou da tríplice fronteira para a fronteira amazônica.
Do ponto de vista simbólico, a investida contra as bases do bolsonarismo foi marcada pela escolha dos discursantes. Além do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do próprio presidente Lula, apenas três autoridades tiveram acesso ao microfone, todas elas antigas aliadas do bolsonarismo. O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, do Podemos, que antes era um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi um dos primeiros a discursar, lembrando as trágicas mortes de quatro crianças em abril.
Em seguida, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, do Republicanos, também partido aliado do bolsonarismo, discursou após ter derrotado o candidato do PT na eleição de outubro. Finalmente, Gilvam Maximo, deputado ligado à bancada da segurança e também do Republicanos, representou o Centrão na frente ampla de enfrentamento à violência.
O pacote da segurança pública é uma aposta firme do governo Lula para combater a crescente preocupação dos brasileiros com a segurança, bem como para enfraquecer as bases eleitorais do bolsonarismo. Resta aguardar os desdobramentos dessas medidas e a reação da opinião pública diante das ações implementadas pelo governo. A segurança pública certamente continuará sendo um tema central no debate político nos próximos meses.
Fonte: Brasil247
Porto Velho, RO - Pesquisas internas do governo indicam que a segurança pública é o terceiro problema que mais preocupa os brasileiros, logo após o desemprego e a saúde. Diante desse cenário, o governo Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira uma série de medidas que representam sua mais concreta investida para minar as bases eleitorais do bolsonarismo em pouco mais de seis meses de mandato, segundo avalia a jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor. O pacote da segurança pública aborda tanto o conteúdo dos projetos e decretos quanto a escolha dos governantes prestigiados no evento, com ênfase na proteção das famílias.
O conjunto de atos lançados vai desde a limitação nos arsenais de armas em mãos de civis, particularmente de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), até o projeto de lei que torna o homicídio cometido em escolas um crime hediondo. No entanto, especialistas alertam que apenas a tipificação de crime hediondo não será suficiente para conter a epidemia de crimes que tomou conta das escolas nos primeiros meses do ano. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os estupros bateram recorde histórico, com um crescimento de 8,2% em relação a 2021.
Além disso, o governo está combatendo as quadrilhas de crimes cibernéticos que propagam nazismo, automutilação e imagens de massacres escolares. Essas operações foram intensificadas desde o ataque em Blumenau (SC) e continuam em andamento.
Outra frente importante é o aumento de recursos para a segurança pública na Amazônia Legal, região brasileira em que o crime organizado mais cresce. O governo enfrenta o desafio de conter o avanço do crime que migrou da tríplice fronteira para a fronteira amazônica.
Do ponto de vista simbólico, a investida contra as bases do bolsonarismo foi marcada pela escolha dos discursantes. Além do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do próprio presidente Lula, apenas três autoridades tiveram acesso ao microfone, todas elas antigas aliadas do bolsonarismo. O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, do Podemos, que antes era um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi um dos primeiros a discursar, lembrando as trágicas mortes de quatro crianças em abril.
Em seguida, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, do Republicanos, também partido aliado do bolsonarismo, discursou após ter derrotado o candidato do PT na eleição de outubro. Finalmente, Gilvam Maximo, deputado ligado à bancada da segurança e também do Republicanos, representou o Centrão na frente ampla de enfrentamento à violência.
O pacote da segurança pública é uma aposta firme do governo Lula para combater a crescente preocupação dos brasileiros com a segurança, bem como para enfraquecer as bases eleitorais do bolsonarismo. Resta aguardar os desdobramentos dessas medidas e a reação da opinião pública diante das ações implementadas pelo governo. A segurança pública certamente continuará sendo um tema central no debate político nos próximos meses.
Fonte: Brasil247
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